ABSTRACT
A maioria das pesquisas relacionadas ao tratamento do Transtorno do Pânico concentra-se nos tratamentos farmacológicos e cognitivos-comportamentais. Poucos são os estudos que foram conduzidos no sentido de avaliar se a terapia psicodinâmica apresenta ou não um papel importante no tratamento do Transtorno do Pânico (TP) ou em que o contexto estaria indicada. Observa-se, no entanto, um retorno ao interesse da compreensão psicodinâmica e na utilização e pesquisa de técnicas psicodinâmicas nestes pacientes em função da observação de que, embora os tratamentos farmacológicos e cognitivos-comportamentais tenham se mostrado efetivos, muitos pacientes com TP apresentam recaídas após esses tratamentos, e muitos são refratários ou respondem parcialmente aos tratamentos preconizados. Inicialmente, será feita uma breve revisão sobre o papel que fatores psicodinâmicos podem apresentar, segundo alguns autores, na etiologia ou na vulnerabilidade ao TP, e serão revisadas as pesquisas realizadas até o momento sobre a utilização da terapia psicodinâmica no TP. Dados de pesquisa atual sobre a utilização dos mecanismos de defesa em pacientes com TP também serão apresentados. O estudo dos mecanismos de defesa utilizados por pacientes com TP pode ter utilidade no entendimento e no tratamento desse transtorno. Essa pesquisa evidenciou que pacientes com TP usam mais defesas neuróticas e imaturas, comparados ao grupo controle, e que pacientes que usavam mais defesas neuróticas e imaturas apresentaram pior resposta ao tratamento.
Subject(s)
Psychoanalytic Theory , Psychoanalytic Therapy , Psychotherapy/methods , Panic Disorder/psychology , Panic Disorder/therapyABSTRACT
Diversos estudos demonstram que o conhecimento de fatores psicodinâmicos é importante na avaliação e tratamento dos transtornos psiquiátricos. O objeivo desse estudo foi avaliar os mecanismos de defesa utilizados por pacientes adultos com fobia social comparados a um grupo de controle. Material e métodos: Trata-se de um estudo de caso-controle em que 35 pacientes com fobia social e 35 controles foram avaliados através do M.I.N.I. Os mecanismos de defesa foram aferidos através do DSQ-40. Resultados: Os pacientes com fobia social usam mais frequentemente defesas neuróticas e imaturas comparadas ao grupo controle (p<0,001). As defesas mais usadas por esses pacientes foram somatização e pseudo-altruísmo, seguidas de antecipação, cisão, fantasia, anulação, sublimação, racionalização e desvalorização. Conclusão: Os pacientes com fobia social possuem um perfil de mecanismos de defesas mais mal-adaptivo camparados aos controles, o que pode dificultar o tratamento dos mesmos.
Subject(s)
Defense Mechanisms , Phobic Disorders , Cohort StudiesABSTRACT
A associação livre, também chamada "regra fundamental", é considerada, desde o desenvolvimento do conceito por Sigmund Freud, um dos instrumentos principais usados na técnica psicanalítica. Partindo de uma breve vinheta clínica, que visa introduzir algumas dificuldades encontradas em relação à técnica da associação livre, este artigo traz uma revisão deste conceito, desde sua origem até contribuições contemporâneas. Inicialmente, revisa-se a visão clássica do conceito, contida nos trabalhos de Freud, como a regra de "dizer tudo o que lhe venha à mente", que deve ser comunicada ao paciente no início do tratamento psicanalítico. São vistos, então, desenvolvimentos posteriores do conceito, segundo alguns autores como Leopold Bellak e Ralph Greenson. E, por fim, numa visão mais contemporânea do conceito de associação livre, são revisados autores como Thomas Ogden, que reexamina aspectos da técnica relacionados à associação livre, partindo do conceito de "terceiro analítico intersubjetivo", além de Etchegoyen e David Zimerman
Subject(s)
Free Association , Psychoanalytic Therapy/methodsABSTRACT
Os autores realizaram um estudo piloto com o objetivo de identificar e abordar os casos atendidos em dois ambulatórios especializados do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Dez sujeitos foram entrevistados: 90 por cento referiram bom vínculo com a instituiçäo e a principal crítica foi o tempo de espera para a a consulta. O estudo é parte integrante de um projeto de extensäo de cuidados de saúde mental desenvolvido em conjunto pelo Serviço de Psiquiatria do HCPA e o Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFGRS